“O poder revela quem somos”

terça-feira, 23 de março de 2010

Um pesquisador americano diz como o poder nos torna mais corruptos, mesquinhos e hipócritas.

Dizer que o poder corrompe é um antigo chavão. A novidade é que esse velho axioma acaba de ser comprovado cientificamente em um trabalho de pesquisadores da Kellogg School of Management, nos Estados Unidos. Após uma série de testes comportamentais com voluntários, eles demonstraram como o poder costuma, em geral, mudar as pessoas para pior. Em testes, os poderosos não só trapaceavam mais, como se mostravam mais hipócritas ao se desculpar por atitudes que condenavam nos outros. “Os poderosos acreditam que devem ser excluídos de certas regras”, afirma o psicólogo social Adam Galinsky, professor de ética e decisões em gerência da Kellogg School of Management e um dos autores do estudo.

ÉPOCA – O poder corrompe?
Adam Galinsky – Sim, corrompe. Basicamente, apesar de o poder deixar as pessoas no centro das atenções, de estarmos todos olhando para as autoridades, os poderosos se sentem psicologicamente invisíveis. E, por causa dessa sensação de invisibilidade, eles se permitem agir de maneiras imorais, ao passo que outras pessoas não agiriam assim por medo de punição. É como se ficassem à vontade para preencher suas mais íntimas necessidades. Uma das comparações de que gosto de fazer é a história do Senhor dos Anéis. No momento que ele põe o anel, fica invisível e age mal. O poder é esse anel.

ÉPOCA – Como o senhor constatou isso?
Galinsky – Fizemos vários experimentos. Um deles foi com um jogo de dados. Dividimos os voluntários para a experiência em dois grupos: os muito poderosos e os pouco poderosos. Isolamos os grupos em um cubículo. Dissemos a cada um que eles ganhariam bilhetes para uma loteria conforme os pontos obtidos ao jogar os dados, que poderiam variar de 0 a 100. A média esperada era de 50 pontos. O grupo pouco poderoso anunciou ter obtido um resultado de 59 pontos, enquanto o grupo muito poderoso disse ter obtido 70 pontos. A conclusão é que o grupo pouco poderoso pode ter trapaceado com os dados, mas o muito poderoso trapeceou muito mais para conseguir mais bilhetes de loteria.

ÉPOCA – O senhor diria que a melhor s maneira de testar a identidade moral de um indivíduo é dar poder a ele?
Galinsky – Sim, porque o poder não apenas muda a pessoa, mas revela quem ela é de verdade. Podemos afirmar, a partir dessa pesquisa, que a experiência do poder provoca certas mudanças no ser humano – e a maior é torná-lo hipócrita.

ÉPOCA – A pesquisa chega a essa conclusão a partir de questões que envolvem superfaturar despesas de viagem ou ultrapassar o limite de velocidade. Quem faz isso está mais propenso a se tornar corrupto se chegar ao poder?
Galinsky – Em média, muitas pessoas, quando investidas de poder, tornam-se mais mesquinhas, afrouxam seus padrões éticos. Você está me fazendo uma pergunta diferente: se as pessoas que agem sem ética provavelmente se corromperiam no poder. “Provavelmente”, é a minha resposta.

"Quando estão fora do poder, as pessoas dizem: ‘Eu nunca agiria dessa forma’. Mas a verdade é que, no poder, muitos mudam"

ÉPOCA – Por que o senhor afirma que os poderosos, quando flagrados, mostram-se pouco arrependidos?
Galinsky – Por causa de um processo psicológico mostrado na pesquisa: os poderosos acreditam, de fato, que eles devem ser excluídos de certas regras e padrões aplicados aos demais. Ou então eles apresentam justificativas psicológicas para ter agido como agiram.

ÉPOCA – Executivos e políticos mostram-se incomodados quando o senhor comenta com eles esse tipo de comportamento?
Galinsky – Quando estão fora do poder, as pessoas dizem: “Eu nunca agiria dessa forma”. Temos a tendência de acreditar que não temos a mesma vulnerabilidade e que não corremos os mesmos riscos dos outros. Mas a verdade é que, investidos de poder, muitos mudam. Somos suscetíveis. A pesquisa mostra, sistemática e cientificamente, que não só as pessoas agem imoralmente quando podem, como elas se tornam hipócritas. Defendem padrões comportamentais mais rígidos para os outros do que para si mesmas. Foi o caso do governador de Nova York, Eliot Spitzer, que traiu a mulher com uma prostituta. Veio à tona depois que ele, como procurador-geral do Estado, combatia a prostituição. É nesse ponto que os poderosos caem do pedestal e a sociedade se revolta. Se eles apenas agissem mal, seria ruim, mas ainda por cima pregar o contrário do que fazem... A hipocrisia revolta. Vocês, por exemplo, têm um governador preso por obstruir a Justiça (José Roberto Arruda, governador afastado do Distrito Federal). Um governador é alguém que defende leis e comportamentos para a sociedade. Quando um político age assim, é mais revoltante do que executivos de empresas – porque executivos não necessariamente posam de modelo comportamental para os outros.

ÉPOCA – Nessa era de Big Brothers, em que câmeras revelam até gestos das autoridades em lugares onde elas pensam estar protegidas, não é mais difícil agir de forma hipócrita?
Galinsky – Não é uma questão de ser vigiado, mas de se sentir conectado à coletividade e obrigado a prestar contas aos outros. Mera vigilância nem sempre é eficaz e tende a dissipar seu efeito com o tempo, porque não é um processo que internaliza no indivíduo essa noção de que ele deve se explicar.

ÉPOCA – No Brasil existem cortes judiciais e celas especiais nos presídios para políticos, pessoas com nível universitário e autoridades. Isso reforça a crença de que os poderosos são pessoas diferentes?
Galinsky – Essa é uma questão mais complicada. Se as cortes especiais forem mais lenientes, daí você reforça o problema do tratamento especial. Se esses julgamentos forem mais rápidos e defender altos padrões éticos e legais para os poderosos, podem servir para reforçar que ninguém está acima da lei. É muito fácil para as pessoas que conquistaram certos postos atuar pelo bem delas mesmas, em vez de trabalhar pela coletividade, que as colocou lá. Costumo dizer em minhas aulas que é preciso criar algemas para os honestos: como podemos garantir que ninguém se sinta tentado a trapacear? Por isso eu nunca dou provas para fazer em casa. A tentação para fazer consultas é enorme.

ÉPOCA – A punição é capaz de conter essa tendência humana de agir mal?
Galinsky – O melhor caminho é fazer com que os poderosos tenham de prestar contas. O Congresso tem de fiscalizar seus políticos, o governo e dividir o poder com eles. Os processos decisórios têm de ser transparentes. Os políticos têm de estar na vitrine da sociedade, bem visíveis. No mundo dos negócios, os altos executivos também têm de ser monitorados pela diretoria, pelos conselhos. Se a diretoria for uma rede formada por “mais dos mesmos”, ou seja, por indivíduos poderosos com o mesmo padrão comportamental, aí ela não exerce sua função de controlar o presidente, que se sente, por isso, invisível para os demais. Isso resulta em histórias parecidas com as da Enron e da World Com (empresas que faliram em 2001 em meio a graves escândalos de corrupção). O combate à falta de ética e à imoralidade passa pela divisão de poder. O Executivo tem de precisar do Legislativo, porque aí há um equilíbrio quase natural de forças.

ÉPOCA – O senhor ficou surpreso com algum resultado de suas experiências?
Galinsky – Não, mas, se num experimento comportamental em que o poder não é uma força real acontece isso, imagine no mundo real, onde as pessoas lidam com o poder de verdade?

Quem é Adam Galinsky:
Americano de 41 anos, é Ph.D. em psicologia social pela Universidade Princeton
O que faz:
Professor de ética e decisões em gerência da Kellogg School of Management, nos Estados Unidos
O que publicou:
Mais de 75 artigos científicos. É coautor do estudo Power increases hypocrisy (O poder aumenta a hipocrisia)

QUALQUER SEMELHANÇA PODE SER (OU NÃO) MERA COINCIDÊNCIA.

Glauco


Homenagem dos meus favoritos Mateus e Cris (mestrado-psico e 4ºano-história, respectivamente) ao Glauco, que foi tão foda e se foi tão rápido.

Segue a foto, direto da parede laranja da biblioteca no meu querido prédio de psico em Assis.

Feliz dia de São Patrício!

quarta-feira, 17 de março de 2010

Ou, no origital, Happy St. Patrick's Day!

Não sou católico, irlandês nem anglófono, mas São Patrício (385-461) era um cara legal.

Foi feito escravo, foi 'iluminado', fugiu, voltou pra Irlanda e converteu meio mundo usando um trevo pra explicar a santíssima trindade (por isso que a simpática plantinha é símbolo irlandês!).

Segundo fontes (não muito confiáveis, confesso) ele também salvou a vida de muitas e muitas pessoas recomendando a elas que bebessem apenas cerveja e usassem a água pra fazer mais cerveja. Assim, preveniu que vilas inteiras fossem arrasadas por doenças transmitidas através de água contaminada.

Seu dia é feriado desde 1903 na Irlanda, e várias cidades do mundo celebram seu dia com festas que chegam a durar uma semana. Há cidades nos Estados Unidos (país que teve forte imigração irlandesa) que chegam a tingir seus rios de verde durante as comemorações!

Por isso, aqui vão as regras:

Vista-se de verde;

Trevos são legais;

Cerveja Guinness é essencial; sua sede fica no coração de Dublin;

Cervejas claras com um toque de Curaçau Azul, Menta ou Anilina ficam verdes. Mas - sério - se você for misturar porcarias na sua cerveja, que ao menos seja o Curaçau;

Quem não estiver de verde, pode - e deve - ser beliscado. Só cuidado, canecas de cerveja costumam ser pesadas então não seja muito chato;

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É isso! Divirtam-se todos! E um brinde!

12 de Março: Dia do Bibliotecário! =D

quinta-feira, 11 de março de 2010

O Dia do Bibliotecário, no Brasil, é comemorado em 12 de março em homenagem a Manuel Bastos Tigre (nascido em 12 de março de 1882). Figura de múltiplos talentos e profissões formou-se engenheiro, mas também exerceu ocupações como jornalista, poeta, compositor, teatrólogo, humorista, publicitário e, especialmente, bibliotecário. É considerado o primeiro bibliotecário por concurso no Brasil, atuando no Museu Nacional do Rio de Janeiro.

O Decreto Federal nº 84.631, de 09/04/1980, assinado pelo então presidente da República João Figueiredo, instituiu, além do Dia do Bibliotecário, a Semana Nacional do Livro e da Biblioteca (de 3 a 29 de outubro).

Sua imagem, geralmente, é associada aos livros e às bibliotecas tradicionais, atribuição que por muito tempo se fez única realmente. Da Renascença (na época da criação da tipografia) até meados do século XIX, o bibliotecário quase sempre era um erudito ou um escritor que cuidava dos acervos, à procura de paz para realizar sua obra. A partir de meados do século XIX, sentiu-se a necessidade de haver um profissional com formação especializada e técnica, pois se reconheceu que era uma profissão socialmente indispensável.

Símbolos da Profissão
A lâmpada de Aladim, que representa desde a antiguidade a incessante vigília e a atividade intelectual, e o livro aberto, que significa o oferecimento da educação e da cultura.
A pedra do profissional é a ametista, uma pedra preciosa de cor violeta. É uma variedade de quartzo, encontrada no Brasil, Uruguai, Sibéria e no Ceilão. Clássica pedra da amizade, reforça a memória, protege da alucinação e defende contra a embriaguez (profundo isso, não???!!!).

Dia do Bibliotecário em outros países latino-americanos:
Argentina: 13 de setembro
Bolívia: 23 de julho
Chile: 10 de julho
Colômbia: 23 de abril
Costa Rica: 19 de março
El Salvador: 25 de maio
Equador: 21 de fevereiro
Panamá: 23 de abril
México: 20 de julho
Nicarágua: 13 de setembro
Paraguai: 16 de outubro
Peru: 14 de novembro
Porto Rico: 22 de julho
República Dominicana: 22 de julho
Uruguai: 26 de maio
Venezuela: 27 de julho

Existe uma galera nova que são os chamados 'Bibhi-techários' (qualquer semelhança não é mera coincidência). Aqueles que utilizam as famosas 'TICs' (Tecnologias de Informação e Comunicação) para disseminar a Informação tornando-a possível ao modo hi-tech de ser, que prima pela 'eficiência-eficácia' através destes canais e abraça o século XXI com suas sua evoluções transformando-os em mais um meio de propagar conhecimento.

NÃO PODEMOS ESQUECER DE TODOS AQUELES QUE FAZEM PARTE DA MEDIAÇÃO ENTRE USUÁRIO E INFORMAÇÃO, SEJA ELE UM BIBLIOTECÁRIO OU NÃO.

Deixo este post compartilhando o Dia do Bibliotecário com todos os meus colegas da Rede Unesp. Sim, eu não sou arrogante ou mesmo viveria de hipocrisia para escrever palavras se estas fossem vazias. Todos nós somos profissionais da área de Informação e merecemos! Bibliotecários, Assistentes em Doc. Info e Pesq., e sem me esquecer (claro) dos Assistentes em Informática que trabalham nas bibliotecas da Rede, que também vale a ressalva, pois trabalhamos de forma colaborativa e todos precisamos uns dos outros (queiram ou não).

Um abraço para todos!

FELIZ DIA DO BIBLIOTECÁRIO!! (Yeah =D)

Google Strikes Again!

quarta-feira, 10 de março de 2010

Depois de meter o pau no ReCAPTCHA e falar mal da Google mais duas ou três vezes, cá estou pra mostrar um lance que eles fizeram que, por hora, confesso que parece legal. Usando ReCAPTCHAS em vários momentos.

Eles digitalizaram 137 anos da revista Popular Science, e ela parece ser bem legal. Se você for meio nerd, claro.

Achei legal. Acharia mais legal se tivesse mais tempo pra ler. Mas ainda tenho certeza de que a Google quer dominar o mundo e nos destruir. O alto escalão da empresa certamente tem aliens infiltrados e coisas assim. Vocês vão ver...

Bastardos. É difícil lutar contra o poder...

O link da revista é www.popsci.com

As edições digitalizadas podem ser encontradas em http://books.google.com/books?id=UaUGpW8M_KMC&hl=en

Divirtam-se!

Twitter: meio ou fim?

sábado, 6 de março de 2010

Por Vany Laubé.

A pergunta veio de chofre, assim, via DM (Direct Message, vale a pena explicar, porque, ontem mesmo, durante uma aula de Twitter, sem o fazer, fui interrompida com um, “peraí, DM é alguma discussão de migalha que rola no Twitter, já que DR é a famosa discussão de relação aqui fora, no mundo real?” #bizarro, mas, precisamos, nós, que lidamos com estas ferramentas, nos tocar que tem gente que ainda não está nesta #vibe). A autora, uma jornalista que conheci graças a um post daqui, deste blog, depois que me tornei articulista fixa.

Fernanda Hellmeister de Oliveira Martins, ou @fekazi, como se apresenta na ferramenta do pássaro azul, veio assim, de repente, quase me arguindo, como se em sala de aula também. Estudante da Metodista de São Bernardo do Campo, trabalha para a agência da Universidade e me entrevistou para uma revista vitual. De lá para cá, viemos trocando várias figurinhas. Um potencial esta moça! Tendo lido este outro post, disse que queria muito conversar comigo a respeito, mas antes, soltou a “bucha”: o twitter é meio ou é fim?

Parada dos motores
Era necessária uma refletida básica. Afinal, ela estava sem poder conversar, e isso significaria que para responder-lhe, eu precisaria escrever. Então, lá fui eu, dedos e teclado a postos. O que segue, foi mais ou menos o que enviei para ela – um pouco editado, claro. Depois de pronto é que percebi que valia como um post e exatamente aqui, neste espaço:

É meio
Como ferramenta, seja para jornalistas (que eu prefiro, claro!), o Twitter é meio – sempre. Ele, Facebook, Orkut, o que quer que valha entre um interlocutor e seus amigos, colegas, clientes ou apenas comunidades virtuais. Assim mesmo, como uma equação matemática em que => meio = mídia.
Neste contexto, digamos, antropológico, até morfológico da palavra, mesmo, como meio de se fazer chegar às pessoas e permitir que elas cheguem até você. Então, o Twitter é meio.
Mas será que ele também pode ser um fim em si mesmo? Eu diria que pode, sim. Mas que depende da situação.

E é fim. Mas… depende das CNTPs
Aprendi, particularmente, neste 2009 dedicado ao estudo das redes sociais e das mídias sociais que envolvem estas ferramentas, plataformas, tecnologias e tudo o + que compõe este #maravilhosomundonovo e que justamente está “quebrando paradigmas” de negócios e relacionamentos, em várias esferas, é evitar uma afirmação ESTANQUE.
Tudo muda a todo instante. O que pode ser uma verdade absoluta uma hora, deixa de ser logo depois. E a variável de tempo para isso é cada vez mais incógnita, dada a rapidez com que novas tecnologias são lançadas. O que aconteceu lá atrás é completamente diferente de hoje e, acredite, mesmo amanhã será outro dia. Da mesma forma que “uma rosa é uma rosa é uma rosa é uma rosa” e, convido todos a lerem o porquê da frase, mais de uma vez atribuída ao escritor de “O nome da Rosa”, Umberto Eco.

Então, se o Twitter pode ser num determinado momento um fim, em si, para um objetivo comercial, uma campanha de PR, por exemplo, sim, pode. Mas isso não quer dizer que será sempre para aquele objetivo e nem trará sempre o mesmo resultado.

Forças nem tão ocultas assim
Pense nele novamente como uma ferramenta. Aliás, faça melhor, vamos trazer a discussão para o âmbito real. Pense numa ferramenta, como, por exemplo, numa chave de fenda. Decerto que ela tem um fim em si – o de aparafusar. Mas ela serve para outros fins, também, desde que você “saia da caixa” (pense criativamente, “out of the Box”). Pode até ser que ela sirva numa determinada ocasião para uma finalidade – alavanca.

Mude o cenário e tente novamente. Ao tentar repetir a dose, porque eventualmente deu certo uma vez, porque você mudou aspectos do cenário, a finalidade não se completa. Os componentes envolvidos na operação — tempo, espaço e até a matéria – ao serem outros e, portanto, gerarem forças contrárias diversas, podem mudar o resultado final. Exemplo? Se no primeiro caso você estava abrindo uma porta de madeira, usando a chave de fenda como alavanca, mas, no segundo, você tenta abrir uma porta de aço.
Agora, voltemos ao Twitter, onde estas diferenças, por serem virtuais, são mais etéreas e difíceis de entendimento. Você pode lançar uma campanha que valha para um cliente e viralize pacas. Aspectos de oportunidade, do produto em si, o público-alvo, tudo isso conta, inclusive o momentum – algo mais amplo do que uma simples fração do tempo, um momento – envolve toda uma atividade física, da Mecânica Clássica mesmo.

Tempos depois, você tenta a mesma estratégia com outro cliente… será que o Twitter será o fim em si mesmo para aquela causa tanto quanto o foi para a primeira? Minha reposta para todos os leitores fica por aqui. E fica em tom de pergunta, como eu deixei para a própria @fekazi. Agora, para facilitar as respostas, eu deixo no ar, duas dicas:

1. Nem sempre o que é bom para um produto ou cliente é bom para outro. Isso não é novo, mas é bom para deixar como ponto de reflexão.
2. Já percebeu, como volta e meia as mídias sociais são remetidas a teorias da física quântica?

 Fonte: http://www.midiassociais.net/2010/03/twitter-meio-ou-fim/

Cara a tapa

sexta-feira, 5 de março de 2010

Por Carlos Nepomucemo.

Estava em uma reunião discutindo com um grupo responsável por definir e garantir a execução de processos de trabalho dentro de uma empresa.

Avaliávamos o que significaria abrir os textos dos procedimentos – de como as coisas devem ser feitas na organização – para um modelo wiki, no qual aqueles que executam os processos passassem a ter a liberdade de alterá-los diretamente na base de dados, transformando lições aprendidas em mudanças de fato.

Hoje, lá existe um circuito lento e, um pouco fechado a participações, entre o procedimento e a sua alteração.

Procura-se, entretanto, implantar um modelo 2.0 de rever procedimentos, abrindo a base de dados para modificação direta, ganhando velocidade, qualidade e inovação. A gerente da área, superincentivadora da iniciativa, vira e diz para sua equipe: “Gente, não tem jeito, o nosso setor vai ter que colocar a cara a tapa”. E eu retruquei: “Não, o que vai ficar a tapa, para ser batido, não é o setor de vocês, mas os procedimentos!!!”

E aí tem o ponto central, o calcanhar de Aquiles, da revisão a ser feita na nossa cabeça da passagem do mundo pré-2.0 para o pós-2.0.

1- Antes, alguém era responsável pelos procedimentos. Portanto, era o “dono dos procedimentos”. E qualquer alteração sugerida de mudança era assumir que o “dono” fez algo que não foi bom, ou correto. Dependendo da relação do dono com a sua segurança, auto-estima, poderia se sentir até ofendido. Brigava-se para que os procedimentos ficassem do jeito que estão, pois afinal eles são os "meus procedimentos”;

2- Essa visão, entretanto, esconde uma realidade de que os procedimentos são uma ferramenta para resolver determinados problemas. Não são, na verdade, de ninguém, pois quanto mais eficientes forem, melhor para todo mundo. No fundo, quanto mais nos separarmos deles e podemos vê-los de uma forma distante, melhor será para que possamos revisá-los;

Mas o modelo de controle informacional 1.0 nos levou a essa identificação perversa do acervo com o gestor: “Ninguém mexe no meu bebê…Eu coloquei talquinho, botei no colo e agora vem você dizer que ele é feio!!!”.

A passagem do mundo do controle 1.0 para a nova forma de controle 2.0 é a mudança de que os procedimentos não pertencem a ninguém. São bolas em uma determinada mesa e todos devem lutar para que elas ajudem e não atrapalhem. É, assim, preciso um desprendimento da relação eu-meu para algo eu-nosso. E todos contra o mau procedimento!

As raízes desse apego, entretanto, tem uma causa mais profunda. Os procedimentos ou qualquer coisa armazenada em um dado acervo tinham um tempo longo de maturação. Ficávamos tanto com eles que nos acostumávamos. E, por consequência, acabávamos casando com eles. Entretanto, agora, é necessária uma revisão na forma de nos apaixonarmos pelo conhecimento.

Hoje, é melhor nos acostumarmos muito mais a “ficar” com ideias do que mesmo namorar ou pior: casar de papel passado com elas. O conhecimento, em vez de substantivo, sempre foi um verbo – nós é que não víamos!!! Hoje, precisamos encará-lo como um verbo em processo, no máximo, um substantivo pra lá de abstrato!

Estamos avançando com ele e vamos alterando, conforme vamos entrando em contato com os outros e novas visões, algo típico de um mundo novo de cada vez mais fluxos.

Portanto, hoje o conhecimento tem se caracterizado muito mais um pão em um lago de girinos. Rodando para continuar relevante, do que uma pedra no meio do lago, paradinha. Assim, precisamos rever a nossa antiga solidificação de ideias, tanto na questão da posse como do tempo. Quanto mais vierem nos questionar, melhor, pois, mais vamos aprender. E não o contrário.

Não sou meus conceitos, estou hoje com estes, até que algo ocorra para que eu possa evoluí-los; e quanto mais rápido e de forma consistente, melhor! É uma mudança radical de postura em relação ao conhecimento aprendido e que mexe diretamente nas nossas inseguranças e na relação eu-meu.

É bom, assim, nos colocarmos fora do jogo o tempo todo para melhor jogar. Os conceitos não nos pertencem, pois eles estão fora de nós! Todos 'coo-vencemos' uns aos outros - e avançamos e não fulano 'con-venceu' ciclano!

Este é o espírito, a mudança cognitiva fundamental, que está por trás do mundo 2.0 e que estabelece uma nova forma de controle e da relação que tínhamos com a informação e o conhecimento.

E é o grande salto que cada um tem que individualmente se propor a fazer se quiser jogar bem o novo jogo! Ou seja, estabelecer uma separação do eu-com-o-meu.

E do conhecimento enquanto verbo e não mais substantivo. Há uma sinuca de bico casca grossa que precisa ser solucionada. Pergunta-se: já estás com o taco na mão?

O texto publicado blog ‘Nepôsts – Rascunhos Compartilhados’.
Carlos Nepomuceno é jornalista, consultor empresarial e professor da UFRJ, Senac e Facha.

Fonte: http://nepo.com.br/ 

Como funciona o Google!

quinta-feira, 4 de março de 2010

Olá pessoal!

Encaminho o link que mostra como é o serviço de uma bibliotecária no Google... mto interessante! rsrsrs...

www.insideyoursearch.com

Beijos a todos e até!

Mi.

Humano versão Beta

terça-feira, 2 de março de 2010

Por Maurício Felício. 02/03/10

Sou 2.0, dizem alguns. Outros se resumem como geeks (1). Sem necessidade enumerar a quantidade de pessoas que acha tudo isso uma loucura, enquanto outra legião não se desapega de plug-in (2) e gadget (3).
Dentro de pouco tempo, o termo 2.0 se disseminou como forma de rotular a nova dinâmica da informação e da comunicação a partir da revolução na conectividade do homem com o universo digital.

A simples potencialidade de participação no ambiente virtual já transforma o homem antes mesmo de sua entrada definitiva neste campo de pensamentos acelerados que é a web.
Mas isso já é parte do passado, ou ao menos não resume mais o que é o presente em desenvolvimento.
Então, com todas estas velhas novidades, o que vem a ser o homem hoje em dia?
Hoje, já somos homens e mulheres 3.0. Somos monitorados, catalogados e etiquetados. Somos parte de uma miríade de informações que nos transforma diariamente.

Hoje, podemos ser ciborgues. Já podemos nos equipar de uma audição eletrônica, de uma fala digital, de uma visão em realidade aumentada.

Recentemente, os autores do InComMetrics, um blog focado em Mensuração de Resultados da Comunicação, publicaram um artigo intitulado “Mensuração da Comunicação Pessoal”, que fala sobre uma forma de mapeamento de relacionamentos “fora” do ambiente virtual.
Nas palavras de Diego Senise, um dos autores do blog, esta é uma “tecnologia que permite rastrear quem está interagindo com quem por meio de uma etiqueta” (4).

Com isso, vemos justamente a mudança do paradigma do homem como produtor de informação, de forma ativa, para o homem gerador de informação, do homem-bites, de forma passiva ao registro e à estatística.
São, obviamente, muito controversas as questões da tecnologia, do controle e da dominação, no que estes pontos tangenciam benefícios e malefícios, mas é inconteste que vivemos em um mundo reconfigurado.
Anos atrás, uma música causou alvoroço ao proclamar “We don’t need no education, We don’t need no thought control” (5). Como seria esta música, escrita e cantada para a sociedade atual?

Teria que levar muitas variáveis em consideração, mas provavelmente seu eixo não mudaria muito. Teremos que avaliar o que chamamos de controle, de privacidade, de benefícios nestes tempos de pós-humanidade.
Acreditar que estas transformações trazidas pela conectividade terminam nas fronteiras do que chamamos de ciências humanas, é subestimar a influência e a amplitude do que temos criado.
Para os que acham que somos geeks ou 2.0, 3.0, etc., somos Beta. Somos homens em transformação, em teste, em constante configuração. Somos Open Source. E dentro de algum tempo, nosso sangue, nossos ossos, nosso coração será Wi-fi. Duvida? Então clique aqui e confira você mesmo.

(1) – Grosso modo, esta é uma gíria originada da língua inglesa que designa peculiaridades psicológicas e comportamentais de usuários da web, com reflexos tanto no mundo virtual quanto fora dele.
(2) – Software desenvolvido para adicionar funcionalidades a programas maiores.
(3) – Gíria tecnológica para designar dispositivos eletrônicos com funções específicas, como MP3 player, FlashCard, Tablet, etc.
(4) – Termo cunhado em inglês, esta é uma Tag, uma forma de catalogar informação para otimizar buscas e possibilitar combinações variadas de agrupamentos informacionais. Por essas peculiaridades, é pilar na edificação da chamada Web 3.0.
(5) - Another Brick in the Wall - Pink Floyd. Em tradução livre: “Nós não precisamos de educação, nós não precisamos de controle de pensamentos”.