Entre em forma!

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Toda a comilança do fim de ano te trouxe uns quilinhos a mais que ainda não foram embora?
O trabalho com computadores te deixou sedentário, barrigudo e preguiçoso?
O silêncio da sua biblioteca te deixa com sono e sem disposição alguma o dia inteiro?
Seus problemas acabaram!

Com a Betty Glover Library Workout Tape você vai mudar o dia-a-dia na sua biblioteca e ficar mais saudável e bonita! Compre já!

O boom de redes sociais na internet

sábado, 23 de janeiro de 2010

O blog ReadWriteWeb, escrito por amantes das novas tecnologias, publicou um post bastante intrigante e que nos faz repensar se devemos – ou se temos tempo para isso – participar de todas as redes sociais que surgem mundo virtual afora. Se a blogueira Sarah Perez disse em sua língua nativa que “real people don’t have time for social media”, eu diria em minha língua materna: gente de verdade não tem tempo para participar de tudo o quanto é rede social na internet que aparece por aí.

De fato, e isso parece já ter sido percebido pela sociedade, a cibercultura modificou as estruturas sociais. O indivíduo agora é convidado a se conectar a seus pares em redes sociais na internet e, a partir desse envolvimento e da participação no ciberespaço, novas formas de relacionamento surgem: acesso livre à informação, desenvolvimento de uma inteligência coletiva, comunidades de prática e uma interação humano-computador. Mas dá para participar de todas as redes sociais?

Vejamos meu caso: estou com perfil ativo no Orkut, no Twitter e no Cultura Digital. Nesses espaços, troco informações, faço upload e download de arquivos, comento, dou minha opinião e interajo (até onde me permitem). Já no Via6, no LinkedIn, no My Space, no O livreiro, não dou muito mais as caras.

Quando ainda consigo me lembrar das senhas, passo por lá para dar uma navegada. Se não conseguir lembrar a senha, é que estou dedicado a outros afazeres (conversando pelo MSN com alguém, talvez) e não tive tempo para solicitar nova senha, efetuar a atualização e ainda me logar. Isso sem contar que possuo quatro contas de e-mail e todas elas recebem milhares de spams. Resumo da ópera (ao som de Carmina Burana): gasto mais de 45 para dar conta de ler e-mails, responder a mensagens, deletar mensagens indesejadas, compartilhar algo novo e...

Se acima não citei os convites que ainda recuso, como o de participar do Hi5, do Sonico e do Facebook, é porque sou gente de verdade. Não dou conta de me relacionar em todas essas redes sociais. Preciso ir à praia num sábado lindo de primavera, curtir um barzinho com os amigos no revitalizado e badaladíssimo bairro da Lapa, no Rio de Janeiro, ler um livro que comprei na livraria, ver minha novela preferida e, diariamente, ler o jornal que chega embaixo de minha porta por volta das cinco da manhã.

De qualquer forma, não estou dispensando o que as novas tecnologias de informação e comunicação estão nos proporcionando. Quero somente que entendam o seguinte: não consigo viver somente embrenhado em redes virtuais.

FONTE: http://www.nosdacomunicacao.com/panorama_interna_col.asp?panorama=278&tipo=C

Artigo escrito por Marcio Gonçalves - jornalista, doutorando em ciência da informação pela UFRJ/IBICT, com especialização em pesquisa de mercado e opinião pública e mestrado em ciência da informação. É professor universitário, autor do livro ‘Comunicação pra quê?’ e pesquisador da área de comunicação corporativa e comunicação e novas tecnologias. É o responsável pelo conteúdo do blog Comunicação Empresarial (http://marcio-comunicacaoempresarial. blogspot.com).

Programas de idéias são ótimos aliados, mas e quando as boas idéias não são reconhecidas?

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Programas de Idéias e Sugestões: O devido reconhecimento de uma excelente idéia
O artigo aborda a importância de dar reconhecimento as boas idéias capturadas dos colaboradores

Organizações dos mais variados setores implantam programas de idéias e sugestões para aproveitar de seus colaboradores as pequenas ou grandes idéias que possam produzir pequenos ou grandes benefícios.


Mas o que acontece quando as idéias não tem o devido reconhecimento? O artigo faz refletir sobre a fase de tratamento e análise das idéias através da análise de uma experiência real.

Leia o texto na íntegra acessando este link (em pdf).

Tudo conectado

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Artistas, psicólogos, cientistas e outras cabeças acesas apontam para onde a web nos levará

Sérgio Augusto - O Estado de S.Paulo  (domingo, 17 de janeiro de 2010, 01:13)

Bem-vindo a mais um fórum internacional da Edge Foundation. Para quem perdeu os anteriores, um rápido memorex: anualmente o empresário cultural high tech John Brockman, mentor da Edge Foundation, formula uma pergunta, via internet, a uma vasta rede de cientistas, intelectuais e artistas, e divulga as respostas que ao seu The World Question Center chegam entre novembro e dezembro. "Qual a invenção mais importante dos últimos 2 mil anos?" "O que você acredita ser verdade, mas não tem como provar?" "O que mudou sua cabeça nos últimos tempos?", "Que inventos ou ideias científicas poderiam mudar tudo a nossa volta"- perguntou Brockman nos últimos quatro anos.

No fórum deste ano, uma questão atualíssima: "A internet está mudando seu modo de pensar?"

O psicólogo Steven Pinker, autor de Como a Mente Funciona, disse que não. Concordaram com ele, entre outros céticos, o biólogo evolucionista Mark Pagel, o escritor Tom McCarthy e o cientista cognitivo Donald Hoffman. Para Pinker, a internet só mexeu, de fato, com seu modo de organização material: pastas de arquivos, cartas, documentos, substituídos por softwares. Pagel reforça sua tese de que ainda somos o que milhões de anos de seleção natural forjaram lembrando alguns de seus amigos alheios ao mundo virtual, que, não obstante, pensam do mesmo jeito que nós, internautas. Hoffman também duvida que a internet, com apenas duas décadas de vida, possa alterar o que a evolução da espécie levou milênios para moldar.

Ainda é cedo para dizer, responderam o professor de telecomunicações interativas Clay Shirky, a física Lisa Randall, o historiador James O"Donnell e, com outras palavras ("Ainda precisamos descobrir o preço da onisciência"), o já citado Donald Hoffman. "A internet é ótima para pessoas desorganizadas como eu", acrescentou Randall, outrora apegada a anotações e recortes de jornais e revistas, que sempre receava perder, e às vezes perdia. "Meus dedos agora fazem parte do meu cérebro", salientou O"Donnell, eximindo-se de especular sobre as consequências cognitivas dessa incorporação.

O músico e agitador sociocultural Brian Eno, apesar de admirar a internet e estar sempre conectado, acredita que o celular tenha afetado mais o cotidiano das pessoas (o dele, certamente afetou) que a internet.

Nenhum ludita foi consultado; ainda bem, seria perda de tempo. Tecnólatras, vários se manifestaram, alguns com o húbris costumeiro, prevendo o fim de quase tudo, uma tabula rasa de todo e qualquer artefato impresso. O ex-editor da revista New Scientist Alun Anderson reservou para os jornalistas o mesmo destino que tiveram os limpadores de chaminé e, para o livro, a mesma sorte dos códices e papiros. Em sua bola de cristal, o livro aparece apenas como um verbete. Da Wikipedia, claro.

Herético, a rigor, apenas um: o músico (e pioneiro da realidade virtual) Jaron Lanier, que há tempos declarou guerra às inanidades e beligerância predominantes na web 2.0. Detalhes sobre sua apostasia em You Are not a Gadget: A Manifesto. Que Alun Anderson não nos ouça (leia ou veja): trata-se de um livro, recém-editado nos Estados Unidos que está dando muito o que falar (e ler).

Abrindo os trabalhos, Brockman, como não podia deixar de ser, puxa o cursor para sua barra de tarefas, definindo a internet como "a nova e radical epistemologia que desmonta nossa habitual maneira de pensar", desafia nossas antigas certezas e estimula o compartilhamento de saberes e o surgimento de um "consciente coletivo". A maioria dos consultados concorda. Uns com justificável entusiasmo, outros com um grão de sal e uma fieira de caveats.

O biólogo evolucionista Richard Dawkins tem a internet na conta de "uma das maiores realizações da espécie humana", mas desconfia da precisão das informações veiculadas na rede e receia que navegar por ela seja viciante e, muitas vezes, uma "prodigiosa perda de tempo" por encorajar o hábito de borboletear de tópico em tópico, em vez de explorar uma coisa de cada vez.

FALTA AQUELA EPIFANIA

"Penso mais rápido atualmente", admitiu o jornalista alemão Adrian Kreye. "O Twitter agilizou meu trabalho", prosseguiu, "mas a internet não afetou minha maneira de pensar. Ainda não senti uma epifania diante do monitor. Minha vida e minhas ideias sempre foram afetadas por pessoas, lugares e experiências não virtuais - e assim continuam".

Outros jornalistas, mesmo reconhecendo, implícita ou explicitamente, a inegável importância da web e das redes sociais na luta pela liberdade em regimes autoritários, no socorro às vítimas de tragédias naturais, como no terremoto do Haiti, e até no registro de ações criminosas, exageraram nos grãos de sal. John Markoff, do New York Times, confessou-se pessimista com o estado atual da internet. "Virou um reflexo das misérias do mundo", um ambiente dominado por russos, ucranianos, nigerianos e outros traficantes de vírus e spams e ladrões de senhas.

O diretor de teatro Richard Foreman compara a internet à maçã do Gênese, o fruto proibido do saber. Já a mordeu, ressalta, mas tem certeza de que não viverá o bastante para descobrir se ela, afinal, nos levará ao paraíso ou ao inferno. Ao que tudo indica, a consultora da Apple Linda Stone já se descobriu no inferno: "A internet roubou meu corpo, que hoje é uma forma sem vida curvada diante de um monitor", abriu-se no fórum. O pior é que nem trocando seu Mac por um PC as coisas deverão melhorar para o lado dela.

Os depoimentos entusiásticos a favor da internet e seus prodígios dão a tônica ao fórum, ele próprio um prodígio da web 2.0. Marissa Mayer, pesquisadora da Google, disse ter aumentado seu poder de decisão e aprendido a usar o tempo de forma mais eficiente, navegando na infovia. O psicólogo de Harvard Stephen M. Kosslyn ficou "mais esperto" e fez da internet a sua memória e do navegador, uma extensão do seu corpo. "Minhas sinapses melhoraram bastante, o raciocínio digital aprimorou-as", revelou Stewart Brand, cofundador da Global Business Network.

O veterano cineasta de vanguarda Jonas Mekas passou a produzir imagens sem se preocupar com os problemas habituais de distribuição. Há seis anos põe tudo na web; sua obra tem sido muito mais vista do que quando filmava em película ou gravava em vídeo.

Hans Ulrich Obrist, curador de galerias de arte em Londres, orgulha-se de ter passado a pensar mais em termos de "ambos/e" do que "e/ou" e "nem/não". Coinventor da plataforma Facebook, Dave Morin jura que a internet o ensinou a definir melhor, evoluir e crescer. "Ela é social, um modo de vida, contextualiza e traz felicidade", acrescentou, fazendo coro com o depoimento do crítico de informática Howard Rheingold, para quem a vida online nada tem de solitária. "Quando marco ou baixo um site, um vídeo, uma imagem, minha escolha torna-se visível a outros, e vice-versa."

No mesmo tom, o físico e cientista de computação W. Daniel Hillis teorizou: "Se o tema do Iluminismo foi a independência, o da internet é a interdependência. Estamos todos conectados, humanos e máquinas. Chegamos à era do enredamento". Graças a esse enredamento, ficamos menos egocêntricos, mais generosos, mais altruístas, acredita o biólogo Seirian Sumner, que descrê de mudanças em nossa maneira de raciocinar, mas não em nosso modo de agir. Aliás, se não fosse a internet, ele não teria descoberto a existência de mais 17 Serians residindo na América.

Brian Eno concorda com o incentivo da internet à generosidade e ao altruísmo, mas se queixa de um efeito colateral: "Fiquei mais impulsivo". Já apoiou algumas causas e assinou manifestos sem checar direito a procedência de suas reivindicações. De somenos, se comparada às queixas do analista de mídia Douglas Rushkoff, que acusa a internet de haver piorado seu caráter: "Virei um ressentido, um reacionário". E de pavio curto.

O neurocientista Brian Knutson suspeita que a internet acabe impondo um novo darwinismo, um novo tipo de seleção natural, não dos mais fortes, mas dos mais atentos, dos que possuem maior poder de concentração e filtragem de dados. O futurismo dark de Knutson se casa à perfeição com o neomarxismo digital do russo Evgeny Morozov, autor da expressão ciberlumpenproletariado, na qual enquadra todos aqueles engolfados pelo tufão dos sites de fofocas, dos videogames idiotizantes, dos blogs populistas e xenófobos e das redes sociais dominadas por bullies e cretinos.

Para Conhecimento e Divulgação

Entrevista

"Bibliotecas estão 20 anos atrasadas"
Agência Brasil Que Lê

No comando do maior Conselho de Biblioteconomia do País, Evanda Verri Paulino, a presidente do CRB, que reúne os 8 mil bibliotecários paulistas, defende um novo papel para as bibliotecas e adoção de um modelo híbrido, que integre as unidades municipais, comunitárias e escolares para atender melhor tanto os estudantes como as comunidades em seu entorno. Para ela, que também é professora de Biblioteconomia e Ciências da Informação na Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESP-SP), as bibliotecas devem funcionar cada vez mais como uma espécie de agência educadora e laboratórios de informações. Em entrevista exclusiva à Brasil Que Lê, Evanda defende um papel mais amplo das bibliotecas nas políticas públicas do livro e leitura e faz uma advertência: no Brasil, de acordo com ela, além dos problemas de estrutura, as bibliotecas escolares estão atrasadas pelo menos 20 anos.

A atual década tem sido um período de avanços importantes na questão do livro e da leitura no Brasil. Que balanço fazem os bibliotecários sobre esse período?

As iniciativas nas esferas pública e privada são necessárias para estimular a leitura e desenvolver a cidadania no Brasil. Ações importantes têm ocorrido. Entretanto, elas ainda não apresentaram resultados concretos. As diversas pesquisas em Educação ainda reiteram a necessidade de refletirmos sobre os aspectos nos quais ainda estamos falhando. Como bibliotecários e educadores, ajudamos a elaborar os projetos pedagógicos nas escolas e desenvolvemos ações culturais para estimular a leitura e o interesse pela pesquisa e pelo conhecimento. No entanto, nos perguntamos: será que estamos levando em consideração as características e as demandas da comunidade que pretendemos sensibilizar? No mundo globalizado, cada comunidade continua sendo única e especial. E sabemos que a busca pela informação e pelo conhecimento só acontece quando o indivíduo sente necessidade e curiosidade, e está motivado. Nós, bibliotecários, devemos ajudar a despertar e estimular o indivíduo para a leitura, a pesquisa, o saber e o questionamento. Portanto, programas que criam salas de leitura (a maioria sob a responsabilidade de professores readaptados) e se restringem à entrega de livros são insuficientes até mesmo para estimular a leitura no país.

A transformação educacional e cultural é gradativa e trabalhosa, envolve um esforço multidisciplinar planejado e integrado, desenvolvido por profissionais preparados e competentes. É importante considerar também que as inovações oriundas da tecnologia da informação têm modificado as relações humanas e os modos de gerar e disseminar conhecimento. Assim, estamos cada vez mais focados em desenvolver competências informacionais, ajudando a preparar os indivíduos para acessar, analisar, filtrar e selecionar informações, para que possam se apropriar de conteúdos de maneira ética e gerar novos conhecimentos. A leitura está presente em todas as etapas desse processo e ajuda a integrar e agilizar o complexo trajeto para buscar e encontrar a informação, essencial para a aprendizagem continuada e para a formação de cidadãos.

E o que representa, nesse contexto, o Plano Nacional do Livro e Leitura?

O Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL), por meio de projetos, programas, atividades e eventos, busca incentivar a leitura, fazendo com que ela se torne parte do cotidiano do brasileiro. Sem dúvida, o PNLL inclui ações importantíssimas para estimular a leitura, como a implantação de novas bibliotecas e a criação de projetos sociais. No entanto, precisamos ajudar estudantes e jovens a se tornarem usuários autônomos da informação, capazes de acessar e selecionar as informações que melhor atendam às suas necessidades e interesses. Alguns podem até discordar alegando que eles nunca foram tão “independentes” face ao acesso fácil à informação. Mas nós que lecionamos sabemos a dificuldade que esses jovens apresentam na hora de pesquisar e estruturar um texto com conteúdo claro e objetivo, e raciocínio inteligível. E a dificuldade que têm na hora de expor e defender uma opinião e se comunicar com clareza e discernimento para serem bem sucedidos e felizes nos âmbitos pessoal e profissional.

A competência informacional ajuda a fortalecer o repertório de conhecimento prévio adquirido também pela leitura e contribui para a aquisição de competências múltiplas, para o aprimoramento da capacidade de ler, escrever e se comunicar, e para utilizar as novas mídias digitais para manter-se atualizado e disponibilizar, compartilhar e colaborar na geração de novos conhecimentos.

Qual é, na sua opinião, o papel dos bibliotecários nesse novo cenário?

Cabe aos bibliotecários sensibilizar seus parceiros, colegas e superiores, seja em organizações ou em instituições, para a necessidade de criar e implantar programas de capacitação informacional sólidos, abrangentes e permanentes. Hoje, os bibliotecários atuam em bibliotecas públicas, escolares e comunitárias, em agências de publicidade, escritórios de advocacia, em editoras, em instituições públicas e privadas, além de organizar a informação disponível na Internet (sites, blogs e redes de relacionamento, entre outros), trabalho o qual chamamos Arquitetura da Informação.

Na era da informação e do conhecimento, a informação é fundamental para a estratégia do negócio e para a tomada de decisão. Por isso, atuamos em organizações das mais diversas naturezas. Assim como em instituições educacionais, nas organizações trabalhamos para difundir, organizar e democratizar a informação. Trabalhamos para a inclusão informacional e o uso competente da informação. Nas bibliotecas escolares, bibliotecários e professores trabalham em parceria para ensinar ferramentas essenciais na atualidade como: tirar conclusões e decisões embasadas em informações advindas de fontes confiáveis, aplicar o conhecimento em situações distintas e gerar novos conhecimentos. A competência informacional tornou-se uma disciplina tão relevante nos dias atuais como a Matemática, a Arte e a História. O Conselho Regional de Biblioteconomia do Estado de São Paulo está fazendo um levantamento das bibliotecas escolares exemplares da região, por meio do projeto “Biblioteca Vitrine: uma parceria para ser vista”.

Como as bibliotecas municipais e, sobretudo, as escolares, devem atuar nesse contexto?

A biblioteca escolar deve assumir hoje a posição de “agência educadora” e de “laboratório de informações”, podendo oferecer uma ampla gama de recursos e currículo de capacitação informacional para ajudar os alunos a adquirirem as competências necessárias. Em 2007, a American Association of School Librarians lançou os “parâmetros para o aprendiz do século XXI”, terceira edição do livro Information Power que, desde 1988, enfatiza a necessidade de ensinar o pensamento crítico aliado ao uso da informação. Este estudo mudou o paradigma da atuação das bibliotecas escolares nos EUA. Nesse sentido, o Brasil encontra-se pelo menos vinte anos atrasado em sua abordagem. Em São Paulo, assim como em outros Estados, levando-se em conta nossa realidade, de carência de bibliotecas escolares efetivas e crescimento de bibliotecas comunitárias, talvez pudéssemos começar a implantar o conceito de “bibliotecas híbridas”, nas quais as bibliotecas – públicas, escolares e comunitárias – trabalhariam em parceria, desenvolvendo programas de apoio mútuo com foco na classe estudantil e nas comunidades locais. Para conhecer melhor também as iniciativas voluntárias, decidimos que o tema do IX Prêmio Laura Russo 2010, a ser entregue no Dia do Bibliotecário, 12 de março, será o “Empreendedorismo Social: agente de transformação” (mais informações em http://www.crb8.org.br/).
 

França x Google - A disputa continua

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Por Sophie Hardach

PARIS (Reuters) - A França quer dar início a uma troca de livros digitais com o Google, como resolução para uma disputa sobre a publicação do patrimônio literário mundial na Web pela gigante da Internet, segundo relatório do governo francês divulgado nesta terça-feira.

O documento, elaborado a pedido do Ministério da Cultura, é a mais recente de uma onda de iniciativas em políticas para a Internet que vem colocando o governo francês contra empresas privadas, incluindo uma proposta para tributar a publicidade online.

O relatório afirma que a troca proposta pela França seria vantajosa para ambas as partes mas, diferentemente de outros acordos parecidos, não conteria quaisquer cláusulas de exclusividade em favor do Google.

"Livros franceses poderão ser citados pelo Google Books, enquanto uma plataforma nacional continuará se beneficiando de obras já digitalizadas pelo Google, especialmente aquelas fornecidas por bibliotecas estrangeiras", segundo o relatório publicado no site do Ministério.

Em entrevista ao jornal Le Monde, o ministro da Cultura Frédéric Mitterrand elogiou a ideia e disse que se o Google não estiver interessado, a França levará a proposta para outras operadoras privadas.

Diversas bibliotecas no mundo todo já fecharam parcerias com o Google. Já outras aguardam a resolução de disputas legais sobre o uso digital de livros protegidos por direitos autorais antes de considerar um acordo com a empresa.

Série Livros - Parte III

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010



Pegar os seus óculos não vai te ajudar a ler esse livro. "Teeny Ted from Turnip Town", escrito por Robert Chaplin, foi escrito em 2007 em barras de apenas 11x15 microns (1/1000 de milímetro) de tamanho. Isso significa que você vai precisar de um microscópio eletrônico para lê-lo.

Para fazer esse livro, uma máquina de raios íons focados foi usada para gravar as páginas em barrinhas de cristal de silício. É impressionante o fato de um livro inteiro ser escrito em uma área menor que 7000 micros quadrados. Gastaríamos mais espaço físico se fôssemos armazená-lo em um hd convencional...

Série Livros - Parte II

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Qual o maior livro do mundo?


É uma edição especial do livro O Pequeno Príncipe. De pequeno, aliás, o livro não tem nada: são 2 metros de altura por 1,54 metro de largura. A famosa história escrita por Antoine de Saint-Exupéry é contada em 128 páginas gigantes, que totalizam 250 quilos e consomem 450 m2 de papel. O recorde, registrado no Guinness, foi estabelecido na Bienal do Livro do Rio de Janeiro de 2007. Trata-se do maior livro já publicado no mundo. Ele pode ser comprado pelos fãs no site da editora Ediouro, pelo módico preço de 40 mil reais. A primeira versão de O Pequeno Príncipe foi impressa em 1943, nos Estados Unidos, onde o autor vivia refugiado por causa da invasão dos nazistas em seu país natal, a França. O Pequeno Príncipe é o livro francês mais vendido no mundo - foram cerca de 80 milhões de exemplares, em mais de 400 edições. É também a peça literária mais traduzida da história: foi publicado em 160 línguas e dialetos. O livro dos recordes também cita o maior livro já feito (mas não produzido em escala) no planeta. O Superbook media 3,07 metros de altura, tinha 2,74 metros de largura e foi publicado em Denver, nos Estados Unidos, em 1976. Hoje, não se sabe o paradeiro do único exemplar da obra.

Série Livros - Parte I

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

O livro mais caro do mundo

O desconhecido escritor Tomas Alexander Hartmann registrou o mais caro livro até o presente no registro dos livros alemães disponíveis nas editoras (VLB).
De acordo com aquela lista, o livro que tem o título "The Task"("A Tarefa") (ISBN: 978-3-00-023396-8), possui 13 páginas e seu preço listado é de 153 milhões de
Euros.
Porém, haverá somente um único exemplar deste que é de longe o livro mais caro do mundo.
O livro foi apresentado pela primeira vez ao público na Book Expo America 2008 Fair, a feira de livros que aconteceu em Los Angeles, de 29 de maio até 1 de junho de 2008 e também na Buch Wien Fair.
Hartmann, que se considera o maior filósofo de todos os tempos, é certamente o mais caro de todos. Perguntado sobre como ele chegou a este preço, Hartmann disse que foram precisos mais de trinta anos para escrever as 13 páginas do livro "The Task" e que, propriamente falando, o preço de algo somente é verdadeiramente determinado pela oferta e pela procura, sendo analisado sem qualquer imposição.

***

Acho que vou começar a escrever um livro agora pra poder ter uma aposentadoria tranquila... e vou cobrar só um milhão de reais, pra obra poder se popularizar mais aqui no Brasil.

A dificuldade do diagnóstico

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Por Carlos Nepomuceno.

Leio, leio e leio.

Ouço, ouço e ouço.

E quanto mais o faço, mais considero que nosso diagnóstico com relação à internet ainda é muito precário.

Dois exemplos?

A matéria com os assessores de comunicação das grandes empresas, intitulada ‘Sem fronteiras’, e a da ‘Business Week’, que saiu no ‘Valor’, no dia 13.

Fala-se, mas não se sabe exatamente por onde e para onde estamos caminhando.

Abaixo, alguns pontos fundamentais para você refletir antes de sair por aí com mirabolantes projetos estratégicos.

1- A internet traz para a sociedade um novo ambiente de troca de conhecimento humano.
Ela inaugura um novo ciclo de nossa caminhada no planeta redondo.

2- A tecnologia da internet, portanto, por sua natureza, altera a forma do controle da informação anterior.
     Isso não ocorre sempre, muito raramente, e tem largas consequências na sociedade.
     Antes, os canais (rádio, tevês e jornais) eram restritos, caros e fechados, limitados a um determinado grupo que se estabeleceu no poder e fez desses canais espaços para manter seus interesses.
     Com a internet, abriram-se novas portas, nas quais novas ideias de novos atores passam a circular. Ou seja, apesar de ser impulsionada por uma tecnologia, a sociedade começa a mudar de forma ampla, em função de uma nova forma de troca de ideias, que vai exigir um novo modelo de controle daqueles que desejam estar no poder e ver seus interesses garantidos.
     Sob esse cenário, em função dos diferentes canais e da capacidade de difusão das notícias, o atual nível de descentralização impede mais e mais que modelos de controle anteriores continuem a funcionar no curto, mais radicalmente no médio, e de forma impraticável no longo prazo.
     - Antes, se trabalhava com o controle da escassez.
     - Hoje, lida-se com o descontrole da abundância.
     - Antes, se impunha, de certa forma, a informação pela imposição dos poucos canais.
     - Hoje, deve-se trabalhar com a adesão das pessoas na multiplicação infinita dos inúmeros canais.
     Estamos, assim, diante de uma ruptura radical da forma de controle informacional da sociedade.

3- Por consequência, trata-se de uma mudança nos moldes do poder.
     (Não, não temos teorias sobre esse fenômeno, pois são tão raros e tão pouco estudados, que têm uma dimensão tamanha e uma nulidade teórica absurda.).
     Para podermos ter a dimensão de seus próximos passos, precisamos olhar na história um momento em que esse fato tenha ocorrido de forma similar.
     No momento, identificamos com razoável bibliografia a chegada do livro impresso, no qual autores de todo o tipo, apoiados por uma nova classe de editores empreendedores (similar ao que ocorre hoje na internet), passaram a espalhar novas ideias pela sociedade e romperam com o modelo de controle anterior.
     As estruturas hierarquizadas da Igreja e da Monarquia começaram a viver momentos de radical transformação, pois seus poderes estavam justamente estruturados no controle da informação do livro manuscrito, do qual tinham a capacidade de publicar, evitar que chegassem ao conjunto da sociedade, e podiam, assim, manipular e distorcer a realidade conforme seus interesses.
     Além de, rapidamente, administrar com facilidade grandes crises.
     Assim, mudanças nas formas do controle da informação, muito raras na sociedade, quando ocorrem, são desestruturantes de modelos de poder em todos os níveis.
     Trata-se de mudança na base de troca de ideias humanas, e o que parecia ‘normal’ e ‘natural’ passa a ser questionado com novos tipos de ideias, agrupamentos, mobilizações.
     Assim, não podemos olhar a internet apenas como uma ‘nova mídia’ ou como uma ‘nova forma de comunicação’,
     Sim, ela é, como foi o rádio e a tevê, por exemplo.
     Mas traz em si, por suas características de baixo custo e independência das pontas, um novo ambiente informacional, sobre o qual o poder estabelecido no modelo de comunicação anterior não tem controle nos antigos modelos.
     É preciso compreender o novo tipo de ambiente se quiser dominar o novo planeta com relativa chance de sucesso.
     É preciso jogar um novo jogo.

4- E é disso que se trata projetos de Empresa 2.0, Governo 2.0, Escolas 2.0. Procurar uma nova forma de estar no mundo, compatível com o novo ambiente, que permita A, B ou C continuar a manter o controle de produzir, governar, ensinar, etc..
     Assim, para efeito de diagnóstico, não devemos pensar em nos inserir em uma nova mídia ou em uma nova forma de comunicação, mas pensar que estamos entrando em um mundo novo, no qual novas regras sociais, hoje ainda incipientes, vão reger novas instituições.
     Meu diagnóstico, portanto, é esse.
     Se não concorda, conteste-o, debata-o, mas é em torno da avaliação do tamanho dessa mudança que está o futuro de muitas organizações.
     É preciso sair do piloto automático, estudar esse novo mundo de forma profunda e apontar para mudanças estratégicas de longo prazo, caso queira realmente se inserir nesse novo contexto.
     E não achar que pode ou não pode entrar nas redes sociais, como se fosse uma escolha.
     Ou que agora estamos lá dentro e começando a entender o processo.
     Como se pudesse ser entendido sem a compreensão de que o que muda é a própria organização e não uma nova política de comunicação ou marketing!!!!
     Essa é a forma mais barata e eficaz de se chegar lá: aprofundando a ruptura e começando a traçar as mudanças necessárias na base da gestão da organização para a mudança no novo mundo 2.0!
     A tentativa e o erro não só são incertos, mas muito caros diante da ruptura dessa proporção!
     As ações e questões que devemos, assim, nos propor são:

     Como será essa nossa nova sociedade então?
     E como eu e minha organização vamos nos ajustar a ela, de tal forma a jogar o novo jogo do poder?
     Tendo, assim, o novo ambiente de comunicação como apenas um canal para anunciar e compartilhar essa mudança com seus atores de fato, e não de mentira.
     Todo o resto que foge dessa lógica, a meu ver, trata-se de um diagnóstico errado, com consequências danosas e pífios resultados.
     É aplicar remédios que só vão piorar mais e mais a febre que nos assola!
     Que dizes?


Artigo publicado no blog ‘Nepôsts – Rascunhos Compartilhados’.
Carlos Nepomuceno é jornalista, pesquisador, consultor e professor da UFRJ, da Facha e do Senac.




Você é Pop? E Digital??

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Sob o império pop-digital

Por Italo Moriconi.

Estamos vivendo o impacto da revolução pop-digital. O pop trouxe as estruturas de hipervisibilização e a própria visibilização como valores positivos, alterando até mesmo as relações entre privacidade e publicidade nas vidas das pessoas, ou seja, na moral dominante. Hoje, qualquer pessoa acaba passando por algum tipo de experiência de celebridade – estão aí os 15 minutos de fama para cada um profetizados pelo artista americano Andy Warhol há mais de 40 anos, em pleno alvorecer da revolução. Transcorrido todo esse tempo, já não se pode mais falar de exibicionismo e narcisismo como patologias: exibir-se se tornou um valor normativo ou no mínimo rentável, como verificamos, por exemplo, nos reality shows. Ninguém reclama de ter sido captado por uma câmera de vigilância que está onde está para revelar quem cometeu algum tipo de infração. A visibilização nos constitui e nos protege. Mais do que nunca, a vida imita a arte e, para muitos, a arte de viver hoje implica inventar a si próprio, transformar a si próprio na direção que o sonho de cada um indica como desejável.

A revolução pop corresponde à etapa tecnológica da transmissão televisual do entretenimento e da informação. Os ídolos do Olimpo do espetáculo moldam nossos comportamentos, neles nos espelhamos, a eles nos reportamos para nos definirmos. Quanto à revolução digital: nela estamos assim que entramos na nova etapa tecnológica pós-televisual da transmissão pela web. Tudo que era massificado nas eras do cinema e da televisão torna-se mais e mais capilarizado e segmentado na era da comunicação pela internet. A cultura, na verdade, se torna sinônimo de comunicação. Não existe cultura fora dos circuitos da comunicação. É nas estruturas e nos fluxos midiáticos e digitais desses circuitos que acontece e opera o cultural, a começar pelos jogos das identidades pessoais, grupais, sociais. Ocorre uma inversão. Se no mundo da televisão e do espetáculo pop o entretenimento predomina, afetando a informação e o conhecimento, agora, quem assume o lugar principal do cenário é a informação, que molda e afeta o entretenimento. Antes de ser um dado de entretenimento, o vídeo musical postado no YouTube é um dado de informação.

A revolução digital traz uma profunda transformação antropológica na escrita, a mais arcaica das tecnologias vigentes na comunicação humana. Filósofos como Walter Benjamin e poetas como Paul Valéry já tinham apontado nos anos 30 do século passado que rádio e cinema acarretavam uma transformação física da espécie humana, modificando a estrutura de funcionamento dos sentidos e da sensibilidade. Com a revolução digital, a transformação se dá no nível da principal ferramenta de ligação entre sensibilidade e comunicação. Ao incidir sobre a escrita, altera a infraestrutura material das relações entre as pessoas, das relações entre pessoas e coisas e entre pessoas e informação.

Podemos destacar três aspectos decisivos na transformação sofrida pela cultura escrita com a era digital. Em primeiro lugar, a acessibilidade no nível da produção: por meio dos blogs e das mais diversas ferramentas disponíveis na web, qualquer pessoa pode postar mensagens, publicar livros, em suma, comunicar-se e buscar um público ou um mercado. Em segundo lugar, o hipertexto, como forma infinitamente aberta e proliferante de links e mais links, altera completamente a formação e a recepção dos sentidos da leitura, assim como a própria atividade da leitura e da compreensão de mensagens e informações. Finalmente, a disseminação, no sentido de desierarquização e pulverização das referências. Já não há mais cânones ou modelos fixos para se aprender uma disciplina, um campo de saber ou atividade. A desierarquização significa que, na web, todas as informações chegam do mesmo jeito e, muitas vezes, o menos importante ou o falho tem um layout superior ao de páginas que realmente veiculam conteúdo coerente e comprovado.

O problema é como discriminar informações e como repercutir aquilo que merece ser repercutido. Esse é o grande papel que ainda cabe à cultura impressa. Ela seleciona, organiza, hierarquiza e repercute aquilo que existe de maneira aleatória e proliferante na web. Tanto na política como na literatura e nas artes, existe um fluxo infinito de informação e visibilização na web. Mas ainda são os jornais e a crítica especializada que indicam balizas de interpretação mais estáveis. São guias de orientação para que naveguemos com segurança pela galáxia de luzes e telas que é a internet.

Italo Moriconi é escritor e professor do Instituto de Letras da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Atualmente, dirige a Editora EdUerj.