O boom de redes sociais na internet

sábado, 23 de janeiro de 2010

O blog ReadWriteWeb, escrito por amantes das novas tecnologias, publicou um post bastante intrigante e que nos faz repensar se devemos – ou se temos tempo para isso – participar de todas as redes sociais que surgem mundo virtual afora. Se a blogueira Sarah Perez disse em sua língua nativa que “real people don’t have time for social media”, eu diria em minha língua materna: gente de verdade não tem tempo para participar de tudo o quanto é rede social na internet que aparece por aí.

De fato, e isso parece já ter sido percebido pela sociedade, a cibercultura modificou as estruturas sociais. O indivíduo agora é convidado a se conectar a seus pares em redes sociais na internet e, a partir desse envolvimento e da participação no ciberespaço, novas formas de relacionamento surgem: acesso livre à informação, desenvolvimento de uma inteligência coletiva, comunidades de prática e uma interação humano-computador. Mas dá para participar de todas as redes sociais?

Vejamos meu caso: estou com perfil ativo no Orkut, no Twitter e no Cultura Digital. Nesses espaços, troco informações, faço upload e download de arquivos, comento, dou minha opinião e interajo (até onde me permitem). Já no Via6, no LinkedIn, no My Space, no O livreiro, não dou muito mais as caras.

Quando ainda consigo me lembrar das senhas, passo por lá para dar uma navegada. Se não conseguir lembrar a senha, é que estou dedicado a outros afazeres (conversando pelo MSN com alguém, talvez) e não tive tempo para solicitar nova senha, efetuar a atualização e ainda me logar. Isso sem contar que possuo quatro contas de e-mail e todas elas recebem milhares de spams. Resumo da ópera (ao som de Carmina Burana): gasto mais de 45 para dar conta de ler e-mails, responder a mensagens, deletar mensagens indesejadas, compartilhar algo novo e...

Se acima não citei os convites que ainda recuso, como o de participar do Hi5, do Sonico e do Facebook, é porque sou gente de verdade. Não dou conta de me relacionar em todas essas redes sociais. Preciso ir à praia num sábado lindo de primavera, curtir um barzinho com os amigos no revitalizado e badaladíssimo bairro da Lapa, no Rio de Janeiro, ler um livro que comprei na livraria, ver minha novela preferida e, diariamente, ler o jornal que chega embaixo de minha porta por volta das cinco da manhã.

De qualquer forma, não estou dispensando o que as novas tecnologias de informação e comunicação estão nos proporcionando. Quero somente que entendam o seguinte: não consigo viver somente embrenhado em redes virtuais.

FONTE: http://www.nosdacomunicacao.com/panorama_interna_col.asp?panorama=278&tipo=C

Artigo escrito por Marcio Gonçalves - jornalista, doutorando em ciência da informação pela UFRJ/IBICT, com especialização em pesquisa de mercado e opinião pública e mestrado em ciência da informação. É professor universitário, autor do livro ‘Comunicação pra quê?’ e pesquisador da área de comunicação corporativa e comunicação e novas tecnologias. É o responsável pelo conteúdo do blog Comunicação Empresarial (http://marcio-comunicacaoempresarial. blogspot.com).

2 comentários

Drika Design disse...

Oi Marcio,

Gostei muito de seu texto, e particularmente me identifiquei com o fato de não ter condições de estar presentes em todas as redes sociais.
Não sei se você, sendo também da área de comunicação, passa ainda pela neurose de precisar saber de tudo o tempo todo: além de ler livros, jornais é preciso conhecer os últimos lançamentos da google e da apple, as campanhas inovadoras e interativas de algumas marcas, o que os concorrentes estão fazendo, como os diferentes públicos se comportam, etc. Tudo isso acaba virando uma verdadeira loucura!

27 de janeiro de 2010 às 10:23
Laura Pimentel disse...

Ah, Drika, fui eu (Laura) que postei este artigo do Marcio. Desculpe-me a grande distração de não ter colocado de onde tirei tudo isso... lá vai (colocarei tb no post): http://www.nosdacomunicacao.com/panorama_interna_col.asp?panorama=278&tipo=C

É isso aí!!

Valeu pela contribuição no blog!

Abraço!

29 de janeiro de 2010 às 09:29

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