Twitter: meio ou fim?

sábado, 6 de março de 2010

Por Vany Laubé.

A pergunta veio de chofre, assim, via DM (Direct Message, vale a pena explicar, porque, ontem mesmo, durante uma aula de Twitter, sem o fazer, fui interrompida com um, “peraí, DM é alguma discussão de migalha que rola no Twitter, já que DR é a famosa discussão de relação aqui fora, no mundo real?” #bizarro, mas, precisamos, nós, que lidamos com estas ferramentas, nos tocar que tem gente que ainda não está nesta #vibe). A autora, uma jornalista que conheci graças a um post daqui, deste blog, depois que me tornei articulista fixa.

Fernanda Hellmeister de Oliveira Martins, ou @fekazi, como se apresenta na ferramenta do pássaro azul, veio assim, de repente, quase me arguindo, como se em sala de aula também. Estudante da Metodista de São Bernardo do Campo, trabalha para a agência da Universidade e me entrevistou para uma revista vitual. De lá para cá, viemos trocando várias figurinhas. Um potencial esta moça! Tendo lido este outro post, disse que queria muito conversar comigo a respeito, mas antes, soltou a “bucha”: o twitter é meio ou é fim?

Parada dos motores
Era necessária uma refletida básica. Afinal, ela estava sem poder conversar, e isso significaria que para responder-lhe, eu precisaria escrever. Então, lá fui eu, dedos e teclado a postos. O que segue, foi mais ou menos o que enviei para ela – um pouco editado, claro. Depois de pronto é que percebi que valia como um post e exatamente aqui, neste espaço:

É meio
Como ferramenta, seja para jornalistas (que eu prefiro, claro!), o Twitter é meio – sempre. Ele, Facebook, Orkut, o que quer que valha entre um interlocutor e seus amigos, colegas, clientes ou apenas comunidades virtuais. Assim mesmo, como uma equação matemática em que => meio = mídia.
Neste contexto, digamos, antropológico, até morfológico da palavra, mesmo, como meio de se fazer chegar às pessoas e permitir que elas cheguem até você. Então, o Twitter é meio.
Mas será que ele também pode ser um fim em si mesmo? Eu diria que pode, sim. Mas que depende da situação.

E é fim. Mas… depende das CNTPs
Aprendi, particularmente, neste 2009 dedicado ao estudo das redes sociais e das mídias sociais que envolvem estas ferramentas, plataformas, tecnologias e tudo o + que compõe este #maravilhosomundonovo e que justamente está “quebrando paradigmas” de negócios e relacionamentos, em várias esferas, é evitar uma afirmação ESTANQUE.
Tudo muda a todo instante. O que pode ser uma verdade absoluta uma hora, deixa de ser logo depois. E a variável de tempo para isso é cada vez mais incógnita, dada a rapidez com que novas tecnologias são lançadas. O que aconteceu lá atrás é completamente diferente de hoje e, acredite, mesmo amanhã será outro dia. Da mesma forma que “uma rosa é uma rosa é uma rosa é uma rosa” e, convido todos a lerem o porquê da frase, mais de uma vez atribuída ao escritor de “O nome da Rosa”, Umberto Eco.

Então, se o Twitter pode ser num determinado momento um fim, em si, para um objetivo comercial, uma campanha de PR, por exemplo, sim, pode. Mas isso não quer dizer que será sempre para aquele objetivo e nem trará sempre o mesmo resultado.

Forças nem tão ocultas assim
Pense nele novamente como uma ferramenta. Aliás, faça melhor, vamos trazer a discussão para o âmbito real. Pense numa ferramenta, como, por exemplo, numa chave de fenda. Decerto que ela tem um fim em si – o de aparafusar. Mas ela serve para outros fins, também, desde que você “saia da caixa” (pense criativamente, “out of the Box”). Pode até ser que ela sirva numa determinada ocasião para uma finalidade – alavanca.

Mude o cenário e tente novamente. Ao tentar repetir a dose, porque eventualmente deu certo uma vez, porque você mudou aspectos do cenário, a finalidade não se completa. Os componentes envolvidos na operação — tempo, espaço e até a matéria – ao serem outros e, portanto, gerarem forças contrárias diversas, podem mudar o resultado final. Exemplo? Se no primeiro caso você estava abrindo uma porta de madeira, usando a chave de fenda como alavanca, mas, no segundo, você tenta abrir uma porta de aço.
Agora, voltemos ao Twitter, onde estas diferenças, por serem virtuais, são mais etéreas e difíceis de entendimento. Você pode lançar uma campanha que valha para um cliente e viralize pacas. Aspectos de oportunidade, do produto em si, o público-alvo, tudo isso conta, inclusive o momentum – algo mais amplo do que uma simples fração do tempo, um momento – envolve toda uma atividade física, da Mecânica Clássica mesmo.

Tempos depois, você tenta a mesma estratégia com outro cliente… será que o Twitter será o fim em si mesmo para aquela causa tanto quanto o foi para a primeira? Minha reposta para todos os leitores fica por aqui. E fica em tom de pergunta, como eu deixei para a própria @fekazi. Agora, para facilitar as respostas, eu deixo no ar, duas dicas:

1. Nem sempre o que é bom para um produto ou cliente é bom para outro. Isso não é novo, mas é bom para deixar como ponto de reflexão.
2. Já percebeu, como volta e meia as mídias sociais são remetidas a teorias da física quântica?

 Fonte: http://www.midiassociais.net/2010/03/twitter-meio-ou-fim/

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